Governança estruturada: um dos itens analisados pelo Sicredi

Gabriela Marcon
gabi.marcon@idefamiliar.com.br


Quando as empresas familiares têm o olhar de que a sucessão representa a continuidade do negócio pelo início de um novo ciclo de gestão, há menos conflitos na etapa de transição de uma geração para outra. Importante para a economia de uma região, a longevidade das empresas familiares depende do mercado de atuação, do momento econômico do país e, fundamentalmente, do alinhamento e do compromisso dos herdeiros em perpetuar o legado construído pelos fundadores.

Estudos apontam que a primeira geração vive a lucratividade e a estabilidade. A segunda fica entre a estabilidade e a crise, e a terceira geração acompanha a tendência de dissolvição por falta de sucessores. “Não ter sucessores preparados é um dos grandes dilemas enfrentados pelas empresas familiares. Várias delas ficam órfãs. O que os pais podem fazer? Não é exigindo que os filhos fiquem, já que a vontade própria do herdeiro tem de ser ouvida. Porém, independentemente de trabalhar ou não na empresa, os filhos devem se conectar a ela”, avalia a pesquisadora e especialista em Governança Familiar, Hana Witt.

Ter um planejamento sucessório também é fundamental para captar recursos e garantir o crescimento das empresas, tornando-as mais competitivas. Na Casa Perini, os investimentos em inovação, tecnologia e enoturismo representam uma estratégia de composição de patrimônio do negócio. E para viabilizar seus projetos, a vinícola mantém parceria com o Sicredi Serrana. “É um sistema de crédito que oferece uma forma flexível de negociar, tornando possível a realização de muitas ações dentro da nossa política de posicionamento da empresa como um todo, principalmente nos diferenciais que buscamos ter pelas nossas características de inovação que agregam valor aos produtos da categoria”, comenta Pablo Perini, diretor de marketing.

Para conceder crédito às empresas, o Sicredi observa a equidade dos associados, baseado-se em critérios de risco, patrimônio e tipo de linha – investimento ou financiamento. Nesse sentido, alguns pilares são levados em consideração na análise quantitativa e qualitativa. dentre eles estão a viabilidade da empresa, o mercado de atuação, a estratégia de produto, a sucessão e a governança. O Sicredi Serrana RS, com sede em Carlos Barbosa e atendimento em 23 municípios da região, analisa se a empresa se renova, se busca tecnologia, se acompanha as tendências do mercado e se já teve de se reposicionar para lançar novos produtos.

O critério governança diz respeito ao processo de sucessão, risco sócio-ambiental e comportamento ético frente à sociedade. Porém, em algumas situações a empresa não tem um processo sistematizado de sucessão familiar, mas tem uma governança estruturada. Ainda que o crédito não seja liberado no momento em que uma empresa busca por recursos, o Sicredi contribui com uma consultoria, sinalizando as melhores linhas de crédito e mostrando o plano de ação que deve ser seguido para uma possível reestruturação. O Sicredi Serrana atende mais de 10.400 empresas, correspondendo a 40% de todas as pessoas jurídicas da região. Em 2018, a unidade com sede em Carlos Barbosa foi a principal instituição financeira no crédito ao agronegócio e comercial na região onde atua.

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